Outono

Outono que a saciedade com aquarelas pintas

Nos galhos cheios, nas canastras arrumadas…

Fartas de frutos bons, pitaias de rubro tintas,

Sobre as árvores de pomo doce, refesteladas.

Outono, corroído e são, tu carregas a fartura,

Tomado de peso sobre as arqueias grimpas…

De pencas e maçãs que teu ventre empanturra

Na coletânea de amoras doces e ácidas limas.

Que te considerem de sofrimento a natureza

Sem folhas, os galhos despidos, as árvores lisas

Um eremita a contemplar nobres recordações.

Contudo, acho-te exultante, pois não és tristeza

Pisotear a cálida veracidade assim como pisas…

E regressar uma índole sã, absolvida de ilusões.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 01/06/2022
Código do texto: T7528644
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