Outono
Outono que a saciedade com aquarelas pintas
Nos galhos cheios, nas canastras arrumadas…
Fartas de frutos bons, pitaias de rubro tintas,
Sobre as árvores de pomo doce, refesteladas.
Outono, corroído e são, tu carregas a fartura,
Tomado de peso sobre as arqueias grimpas…
De pencas e maçãs que teu ventre empanturra
Na coletânea de amoras doces e ácidas limas.
Que te considerem de sofrimento a natureza
Sem folhas, os galhos despidos, as árvores lisas
Um eremita a contemplar nobres recordações.
Contudo, acho-te exultante, pois não és tristeza
Pisotear a cálida veracidade assim como pisas…
E regressar uma índole sã, absolvida de ilusões.