ESPELHO

Estive vendo a minha própria figura

Desenhada no espelho, com certeza

Envelheci, com inquieta tal destreza

Que nem reparei, ah! afanosa leitura:

De um olhar nublado e sem a inteireza

A imagem franzida de exausta doçura

Semblante encanecido, sem aventura

E aquele sorriso sem a juvenil clareza

Tudo numa velocidade, sem perceber

O tempo, se foi, vai correndo, por ser

O dono da fase, e o dono do destino

Ah! Fado sem a piedade e a bondade

Ó anseio de crescer, louca insanidade

Do querer furibundo de um menino...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

31 de maio, 2022, 20’05” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/BbMXkITZ6qo

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 31/05/2022
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