Soneto sem Sobrenome
Ah! E tantos humanos há que apenas
Cumprem o reles papel de existir.
A vida não lhes promete um porvir
De bom agouro e de manhãs serenas.
Ainda assim contemplam as falenas,
E seguem sem saber o que seguir...
Rotos no dia e, à noite, ao dormir
Enfrentam travesseiro e suas penas.
Mas eu, que muito enxergo além do norte,
Estapafúrdio me vejo, e sem sorte
A cada dia a perder nova guerra.
E apesar destes sonhos que me seguem,
Roto também estou... Que os olhos ceguem
No manto morno em desumana terra!