Soneto sem Sobrenome

Ah! E tantos humanos há que apenas

Cumprem o reles papel de existir.

A vida não lhes promete um porvir

De bom agouro e de manhãs serenas.

Ainda assim contemplam as falenas,

E seguem sem saber o que seguir...

Rotos no dia e, à noite, ao dormir

Enfrentam travesseiro e suas penas.

Mas eu, que muito enxergo além do norte,

Estapafúrdio me vejo, e sem sorte

A cada dia a perder nova guerra.

E apesar destes sonhos que me seguem,

Roto também estou... Que os olhos ceguem

No manto morno em desumana terra!

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 30/05/2022
Código do texto: T7526820
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.