Soneto da Refração
quero arriscar descrever um esboço
daquilo que vem quando te ouço,
daquilo que treme as amígdalas,
acelerando o pulso da corrente sanguínea
tua impressão destilada em versos
agita vibrações no sistema nervoso,
implode num dilema de energia
da físico-química do alvoroço
são sussurros roucos de explosões solares
aninhando e amolecendo as carnes
no aconchego do arrepio da espinha
ignorar estes rumores é ingenuidade,
se o que desejas é a verdade,
desafio-te amar em alforria