Ilusão

Ver-te assim, Lídia, no campo entre malvas,

Enche-me o peito - risos de brandura!

Quando cheiras as cálidas e alvas

Flores, meu coração em nós murmura.

O prado é teu, as flores estão salvas!

Teu cuidado e carinho com a verdura,

Me guarda de erros e me faz ressalvas

Faz bem às flores e a minha candura.

Ah! Porém estás longe, no Paraíso!

Vejo agora a secura deste tampo:

O que domina em mim algum indriso...

Resta-me agora a beleza deste grampo

Que vem todas as tardes num sorriso

Alegrar a tristeza do meu campo.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 22/05/2022
Código do texto: T7521325
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