Sombra Magra

Lembrando do saudoso poeta Augusto,

A minha sombra magra já me assusta

E a cada passo dado, em mim se incrusta,

Como se fosse o meu próprio busto.

Isso tanto me assusta!... A cada susto

Esquivo-me da mesma, e ela se ajusta;

Para assombrar-me parece robusta.

Tento fugir-me dela, a todo custo.

Depois de muita luta, então desisto

Sabendo que de sombra, pois, consisto;

Com ela me acostumo e já a degusto.

Já não parece mais aquela sombra

Que de tão magra, o poeta assombra,

Lembrando do saudoso poeta Augusto.

Humberto Cláudio
Enviado por Humberto Cláudio em 22/05/2022
Código do texto: T7521281
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