Sombra Magra
Lembrando do saudoso poeta Augusto,
A minha sombra magra já me assusta
E a cada passo dado, em mim se incrusta,
Como se fosse o meu próprio busto.
Isso tanto me assusta!... A cada susto
Esquivo-me da mesma, e ela se ajusta;
Para assombrar-me parece robusta.
Tento fugir-me dela, a todo custo.
Depois de muita luta, então desisto
Sabendo que de sombra, pois, consisto;
Com ela me acostumo e já a degusto.
Já não parece mais aquela sombra
Que de tão magra, o poeta assombra,
Lembrando do saudoso poeta Augusto.