(DE)AMANTES...
Quero de ti o mesmo olhar da paixão do primeiro dia,
O carinho de quem não terá nada mais importante,
Só o arrimo dos abraços em doce e cálida rebeldia,
Que no fingir a negativa, se entrega em instante.
Que deboche do tempo, na hora mais arredia,
E no meu corpo por gozo e vontade se imante,
Dizendo de qualquer som ser a nossa melodia,
Nessa dança de beijos, suor e desejos infames.
Acordar sempre na mesma manhã radiante,
Seria possível manter esse amor tão constante?
Se for... teu amor em minha alma, meu guia.
Então lapidaríamos todo o conceito de amantes,
Nesse brilho que tudo corta, seríamos diamantes,
Numa rara gema de um gemer que não existia.