NOITE
À noite cão sarnento nas vielas
Lambendo a boca podre dos vencidos
No caos onipresente, das janelas,
Cobiçam os olhares ressentidos.
À noite tomam sangue nas goelas
Vampiros, viciados, inibidos...
Coturnos tramam golpes nas mazelas,
Batinas buscam corpos proibidos
Sombras ditam a cor da liberdade
Saqueando o pudor das etiquetas
Os segredos desnudam a verdade
Em quantos corações tantas facetas
Que negam a libido e a maldade
Gozando-as nos becos, nas sarjetas