A senda do Amor vai rente ao Abismo

Zombas de mim, ó criança temerosa

Este espinho que perfurou teu dedo

Já tive em mim e já senti teu medo

Percalços de toda alma impetuosa

Rendeu-se! Tua caminhada é receosa

Finges que teu coração está quedo

Mas sei de teu cofre e do teu segredo

Feriu-se pois a estrada é sinuosa

Este rio de aparente calmaria

Que usas para remediar tua avaria

Assusta até mesmo meu pessimismo

Ainda que eu evoque tua zombaria

Se não nisto, no que mais eu creria

A senda do Amor vai rente ao Abismo