- A VIDA
Sempre há uma vida nova e um novo dia
Célia Lamounier.
A gente vem de um nada. E o tempo, a lida,
pega esse nada e leva em sua cauda,
feito papel carbono em cuja lauda
vai decalcando e costurando a vida.
Passam-se dias e anos. Na vencida
desse passar veloz e permanente,
o tempo arrasta, em sua cauda a gente
traçando o risco e a pauta colorida...
E vai e vai, de lento na escalada,
de noite, de manhã, de madrugada,
no passo de quem anda e não se avia...
Na viravolta, independentemente,
do sim, do não, ou do querer da gente,
Sempre há uma vida nova e um novo dia.