Espelho

Cá em meu espelho há um ser oposto

Decerto não é a primeira vez que vejo

Me lembra um bem conhecido rosto

Esse sei que admirei em outro ensejo.

Por qual motivo creio que o conheço

De decorridos, ou de demais lugares?

Ou ao relógio estou a pagar o preço?

Que da face não lembra, só os pesares.

Sei que quem me admira, não é estranho

Sequer alguém que já foi , que já morreu

É da mesma espécie, de olhar castanho.

Que, sem dúvidas, hábil me reconheceu

Rosto que ali sempre está, desde antanho

Porque, francamente, quem me vê sou eu!

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 15/05/2022
Código do texto: T7516580
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