FLORES

Na vida, não passo de um jardineiro

colhendo, lá e cá, flores e espinhos.

Perguntas semeei pelo caminho.

Resposta é rara flor em meu canteiro.

Certeza, praga de furor daninho,

sufoca qual calor de fevereiro.

A dúvida tem destino altaneiro,

regando com frescor velho azevinho.

Tudo aquilo que ensino, trago em mim,

aprendido entre orquídeas e jasmins.

Sementes que florescem no cimento!

Mas cá, dentro do peito, tolo, guardo,

supondo ter na vida algum resguardo,

pairando, etérea e vã, a flor de vento.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 14/05/2022
Código do texto: T7515878
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