ECOS DA LEMBRANÇA
Sem condições de ver aquele sonho
distante deste leito entristecido,
o desatino, às dores, sobreponho,
aceito os infortúnios, não revido.
No ríspido dilema que me imponho,
afasto a sobriedade e, entorpecido,
logo imagino o afago mais risonho
do rumorejo ausente em meu ouvido.
A solidão assombra e me flagela,
inflama o desespero, erige a cela
tomada pelos ecos da lembrança.
Imerso nos caprichos da saudade,
recuso-me a enxergar além da grade
e apenas tua face o olhar alcança.