O Pobre e o Rico

Sempre sujo, ultrajado, maltrapilho,

Era nas ruas, em meio ao sobejo,

Que ele morava, a escutar as mensagens

Do periquito ao som do realejo.

Ali bem perto, na pompa e no brilho,

Vivia um rico, com fartura à mesa;

No jardim, debruçado nas paragens,

Ouvindo acordes – um hino à realeza.

Em vida tão distantes, mas defuntos,

Como os dois sem querer se converteram,

Que chega sempre a morte e cessa assuntos...

Na morte, a ambos cortejos se fizeram

E desceram os sete palmos, juntos

Na igualdade que em vida não tiveram.

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 07/05/2022
Código do texto: T7511028
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