Lenda

Navegações a singrar pelos serenos e verdes mares

Tranquilo a velejar, correntes frescas devoram a vela

Coração de arcaico marujo, necessitado daqueles ares

Da vertente a avistar uma ínfima ilha, por demais bela.

A poesia que lhe é escutada, deriva de uma deusa aquática

Não demanda nos ouvidos a seiva, pois tal ser é nítido amor

Para sentir o encanto lirista e melífluo, não precisa matemática

Cântico virtuoso que penetra o coração, como genuíno louvor.

Desta forma, segue-se a história. Por entre angras e tavernas

Do marujo e sua deusa, que declamaram sinceras juras eternas

Onde nos sete mares, podemos ouvir sobre a pura cortesia.

Entre centenas de goles de rum, alguns alegam que isso é lenda

Mas no frio âmago, todos ali sentem, que é verídica tal prenda

Terra e mar que se entrelaçaram, concebendo obcecante poesia.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 02/05/2022
Código do texto: T7507713
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