Lenda
Navegações a singrar pelos serenos e verdes mares
Tranquilo a velejar, correntes frescas devoram a vela
Coração de arcaico marujo, necessitado daqueles ares
Da vertente a avistar uma ínfima ilha, por demais bela.
A poesia que lhe é escutada, deriva de uma deusa aquática
Não demanda nos ouvidos a seiva, pois tal ser é nítido amor
Para sentir o encanto lirista e melífluo, não precisa matemática
Cântico virtuoso que penetra o coração, como genuíno louvor.
Desta forma, segue-se a história. Por entre angras e tavernas
Do marujo e sua deusa, que declamaram sinceras juras eternas
Onde nos sete mares, podemos ouvir sobre a pura cortesia.
Entre centenas de goles de rum, alguns alegam que isso é lenda
Mas no frio âmago, todos ali sentem, que é verídica tal prenda
Terra e mar que se entrelaçaram, concebendo obcecante poesia.