Lusitana

Hoje sou uma enfeitiçada que caça

Em conluio com o meu próprio matador

Porque não fujo desta perene Dor?

Descarada que tanto me desgraça.

Também sou a estação tão lassa

Do meu cômodo e triste aniquilador

Na muda voz que espera o débil amor

Trazido em cinzas na última taça.

A poetisa da mesma inquietação

Verve em desespero no coração

Dos sabores sou a parte mais amarga.

Das feridas sou a cancro que não sangra

Nos pontos extremos de uma obscura angra

No improvável laço que tanto esmaga.

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 30/04/2022
Código do texto: T7506586
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