Lusitana
Hoje sou uma enfeitiçada que caça
Em conluio com o meu próprio matador
Porque não fujo desta perene Dor?
Descarada que tanto me desgraça.
Também sou a estação tão lassa
Do meu cômodo e triste aniquilador
Na muda voz que espera o débil amor
Trazido em cinzas na última taça.
A poetisa da mesma inquietação
Verve em desespero no coração
Dos sabores sou a parte mais amarga.
Das feridas sou a cancro que não sangra
Nos pontos extremos de uma obscura angra
No improvável laço que tanto esmaga.