A QUEM PERTENCE AS LÁGRIMAS?
Não nascem do nada esses pingos,
Até a mera chuva tem a sua origem,
A diferença é o destino do respingo,
Enquanto uma corre na rua virgem.
As lágrimas se tornam um perigo,
De quem cai se perdem na vertigem,
Por quem chora é segredo, esconderijo,
E tantas vezes nem sequer atingem.
Serão minhas, serão tuas. O que digo?
Se são meus os olhos tão perdidos...
E que tolos apenas vertem por miragem.
Se são tuas, se são minhas. Como fico?
Se me são teus olhos nunca esquecidos,
E que por mim sei que vivem em estiagem.