Questão do Mar
Ilhas remotas abeiram-se, de repente
o destino segue a bel prazer das marés,
o oceano vivo e infestado de galés,
a luta contra as mil cabeças da Serpente.
A brisa é fria enquanto a água fervente
nos açoita, o sol queima a pele no convés.
Juntos neste barco, atentos ao revés,
nauseados com o balanço entorpecente.
O mar ensina, não vamos subestimar
Sal que tempera, os olhos podem cegar.
O coração sangra se quiser mesmo amar.
O estaleiro constrói para se navegar
Todas gaivotas cantam a questão do mar
Para que é feito, se não para se afogar?