Azul remanso

Inquietante olhar, profundo e intenso,

ternas palavras, risos de acalanto,

um beijo quente a desviar-me o senso,

cálido abraço a esvaziar o pranto;

um desejar silente, grave e denso,

urgente toque e voz de arroubo tanto,

um manifesto a demolir dissenso,

uma afeição de intrepidez e encanto;

uma brandura ousada e comedida,

um viço, um louco instante, um bem sereno,

uma explosão de ardor gentil e manso:

foi esta insensatez da minha vida

(remédio doce e a dose de veneno)

que fez do meu amor o azul remanso!

Do amigo Jacó Filho

AINDA A AMO

Aquele não ecoando em meu ouvido,

Só ampliou sua imagem na memória.

Nem que quisesse, a teria esquecido,

Sem ter vivido meu sonho de glória.

Meu coração a elegeu,

E desde então, sofreu;

Fez-me querer ter morrido.

Mas pra mudar Tal história,

Aquele não ecoando em meu ouvido,

Só ampliou sua imagem na memória.

Geisa Alves
Enviado por Geisa Alves em 27/04/2022
Reeditado em 27/02/2024
Código do texto: T7504245
Classificação de conteúdo: seguro