Garças
Morre a tarde de rosas na planura,
No Pantanal desce a tristeza agora,
Brancas, tão brancas como a neve pura,
Ao pouso as garças voltam, céu em fora.
(As garças, Rosário Congro)
Revoam garças, brincam na planura
Do céu rosáceo deste fim de dia
No pantanal, que a vida, em si, recria
E tudo em seu contexto transfigura.
Revoam garças, canta a saracura,
Seu canto que, bem longe se irradia
Na tarde que desmaia em harmonia
Com esse tom sanguíneo, que a purpura.
Revoam garças sobre véus, vitrais
Das mansas praias, lagos e canais
Na tarde que agoniza com o sol.
Retornam aos ninhais, tudo se aquieta
Agita apenas a alma do poeta
Com a magia e encanto do arrebol.
Edir Pina de Barros
(Escrito em 24 de abril de 2.022 e publicado no facebook nessa data