As Vozes do Morto
Ter medo pra quê na lívida beira
Na amorfa e austera pá do embusteiro
No sepulcro do caminho primeiro
No extrato dos vermes da campineira.
Passeiam no crânio na derradeira
Carcomem sorumbáticos o oleiro
Minhas carnes frias jazem no terreiro
Nas vísceras vis vermes na sujeira.
Um caixão de madeira que se desfaz
Na lápide um algarismo que faz...
O dano nos ossos do fêmur ao úmero.
Fétido abrigo da besta do número
Como na putrefação do presbítero
Carcomido o ser a míngua que jaz.