Madrugada

Madrugada fria; a noite do silêncio que ecoa,

os meus sentidos violados pela aguardente,

minhas palavras, em silêncio, quase nem soa

feito a palidez d'uma vertigem que se traz na mente.

O cansaço, é coisa que meu corpo quase nem sente,

Pois na natureza sobre-humana de ser poeta

E se revelar a alma, quase que inconsciente;

Desfaz o que outrora confuso, em descoberta.

Quero viver errando e sempre aprendendo a errar

Pois dos meus erros é que se revela mais bonito

Alternando o espírito e se fazendo encantar.

Madrugada, quero o meu erro por todo infinito

Revelando e nunca ocultando, da alma toda a dor;

ser sempre poeta, a declamar poesia por onde eu for.

Rio de Janeiro, 22 de Novembro de 2007.