Cosmogonia do “Eu”
Minh’alma jaz – incompleta e adormecida,
Toldada na umbra de um caos primordial,
Aguardando por um nume que, afinal,
Conceda-lhe a doce dádiva da vida.
Nos maelströms da Informidade submergida
Paciente anseia por um mínimo sinal –
De qualquer deus ou deusa um hálito vital
Que com luz e bondade a torne preenchida.
Durmo – e sonho, ninado pelo desejo
De tornar-me verdejante e fecundo
Sob o toque de algum dedo benfazejo…
Ó nume ignoto! Deste torpor profundo
Despertai-me a alma com um amoroso beijo…
Dai-me o fiat pelo qual espera meu Mundo!