SONETO DA SOLIDÃO.

A solidão personificada, que sempre me espreita,

está acenando da calçada, me vigiando na rua estreita,

A solidão vestiu-se de majestade, com olhar de pureza,

ela transfigura-se de bondade vestida de beleza.

Venha aqui, eu disse, não fique do lado de fora,

Porque a vergonha? Eu disse, venha rápido, sem demora,

Não tenha medo, eu disse, hoje serás companheira,

Te conto um segredo, eu disse, venha logo, deixe de besteira.

A solidão lentamente se aproximou de meu peito,

E rapidamente foi tomando o espaço sem preconceito,

pobre coração, foi o primeiro a ser encarcerado.

Solidão que aos poucos se aninha neste seio desajustado,

a alma que na cela de ossos foi violentamente jogada,

Ah! Solidão... Não tem mais volta, nem mais jeito...

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 16/04/2022
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