SONETO DA SOLIDÃO.
A solidão personificada, que sempre me espreita,
está acenando da calçada, me vigiando na rua estreita,
A solidão vestiu-se de majestade, com olhar de pureza,
ela transfigura-se de bondade vestida de beleza.
Venha aqui, eu disse, não fique do lado de fora,
Porque a vergonha? Eu disse, venha rápido, sem demora,
Não tenha medo, eu disse, hoje serás companheira,
Te conto um segredo, eu disse, venha logo, deixe de besteira.
A solidão lentamente se aproximou de meu peito,
E rapidamente foi tomando o espaço sem preconceito,
pobre coração, foi o primeiro a ser encarcerado.
Solidão que aos poucos se aninha neste seio desajustado,
a alma que na cela de ossos foi violentamente jogada,
Ah! Solidão... Não tem mais volta, nem mais jeito...