A ALFINETE

A ALFINETE

Não te canses jamais de meus carinhos,

Ou tampouco me prives cá dos teus.

Em gestos tão simples que plebeus,

Saiba eu te ornar de flores os caminhos.

Não deixes que pudores, por mesquinhos,

Mal afastem os teus lábios dos meus.

Nem as palavras sejam mais de adeus,

Se de novo nos virmos tão sozinhos…

Colhendo flores para um ramalhete,

Mesmo longe, enderece à tua casa,

Alguns versos gentis n’algum bilhete.

Assim se achegue a ti meu peito em brasa:

“Te amo!” — n’um coração preso a alfinete… —

Mas que enternece tanto que te arrasa.

Betim - 12 06 2021