Belicoso

Sua alma guarda o que a mente abandona

Esculpe a carcaça e o espírito entalha

Num alguém que em coragem, medo desabona

Como quem foi a carne e hoje é a navalha

Em um ser que na vida se proporciona

Ousadia nos saltos por sobre a muralha

Que não teme a dor, segue enquanto menciona

Todo dia seu mantra: "vencer a batalha"

E os ponteiros ligeiros que o tempo traciona

Puxam seus sentimentos e trazem à tona

O que certo ou errado ele tem por medalha

Em seus altos e baixos é que coleciona

O que lhe vivifica e o que decepciona

Sem parar de tentar, nunca joga a toalha