LETRAS MORTAS...
As minhas mãos traíram meu olhar,
Este que desviava dos teus ao chão,
Para os meus sentimentos ocultar,
Socorrendo ao peito, e a pulsação.
Mas eis que foram as minhas mãos,
Entregaram-me a ti sem pestanejar,
Nas brancas folhas, numa inundação,
Linha por linha, já formaram um mar.
Hoje... Não falam, apenas se afogam,
Nas ondas nas quais apenas se jogam,
Nas profundezas do vil esquecimento.
Náufragas, mortas. Não riem, jorram,
Nos recifes que lhes agarram e moram,
Como num navio em apodrecimento.