Menino do Sertão
Tenho origens no sertão, na espoleta do cangaço
A flor do mandacaru, reflete a força do menino
Pés no chão, ódio no coração e pouco ensino
Morte e visagem, não arrepia o espinhaço
Fuxico e arenga se resolve no fio do aço
Todo dia é santo, então todo mundo tem nome divino
O quê, não apaga a saga de todo Severino
O rosto rachado do sol é o vintém, pela força do braço
Piaba, cobrar ou nambu é a melhor refeição
Carne e arroz, quase não ocupam o mesmo prato
O grilo e o sapo boi, entoam é a melhor canção
Jumento e um pedaço de terra, é a maior aquisição
Sorrisos largos não figuram no retrato
Em cada congá uma oração