UM TAPA

Não foi um Oh! de espanto

Nem um Ai! de choque

Mal o riso percebeu o toque

Do tapa a defender o pranto.

O sarcasmo recebeu um retoque

Na maquiagem da plateia em cada canto

A fúria instintiva, um acalanto

Um desabafo que veio a reboque.

Em que se preza toda graça

Não se despreza do alheio sua desgraça,

Sem contar o risco, o revide, a explosão.

Por isso, o ilimitado da ironia,

Receber do “nada” a resposta que viria

Do âmago da gente, de onde parte a reação.

Néo Costa
Enviado por Néo Costa em 08/04/2022
Código do texto: T7490926
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.