UM TAPA
Não foi um Oh! de espanto
Nem um Ai! de choque
Mal o riso percebeu o toque
Do tapa a defender o pranto.
O sarcasmo recebeu um retoque
Na maquiagem da plateia em cada canto
A fúria instintiva, um acalanto
Um desabafo que veio a reboque.
Em que se preza toda graça
Não se despreza do alheio sua desgraça,
Sem contar o risco, o revide, a explosão.
Por isso, o ilimitado da ironia,
Receber do “nada” a resposta que viria
Do âmago da gente, de onde parte a reação.