INFERNO...
O tolo pensa em amor sem sacrifício,
Pois nunca amou. Animais desejos,
Jogos, peripécias e ou artifícios,
Roubou de outros alguns beijos.
Como quem usou a carne por ofício,
Foi da vida de alguém um malfazejo,
Num só perpetuar por doce um vício,
Sem do amor sentir sequer placebo.
Perguntará: “Porque esse mal recebo?”
Na mente essa triste imagem eu concebo,
Ardendo seu sangue num furor eterno.
É criatura rasa que sofrerá tão cedo,
Que sua dor, quando amar, percebo,
Pensará por sina estar no inferno.