A VISÃO DO POETA
Ao ver um toco de cigarro, o poeta
Logo imagina uma tragédia por traz,
Lembra a fumaça, e todo mal que ela faz:
A doença, a morte, a miséria completa.
Para o poeta uma curva é uma reta,
A sua visão é aguda demais.
No que lê e prevê, quase sempre acerta,
O que é bom aceita, o que é mau ele veta.
Não que se julgue fiscal da vida alheia,
Porém a maldade é uma teia feia
Que se compraz em a todos enredar.
Para fazer-lhe frente em tal sabotagem,
Estamos, eu, você e a coragem,
Com a poesia a nos ajudar.