Minh'alma
Minh'alma de querer-te, anda cansada,
Insórdida, dolente, quase morta;
E o coração viril, porém, com porta,
Ao rude desamor, permite entrada.
Minh'alma vive muito acoplada,
Com minha própria vida e não importa;
Se o meu coração já não comporta,
O sangue dessas veias dilatadas.
Minh'alma é arredia da alegria,
Soberba, fel da dor, com acritude.
Desprove da airosa simpatia,
Com ela, labutei, fiz o que pude.
Minh'alma, ora é muito fugidia,
Minh'alma, só por ti, vive amiúde.