Soneto retirante
Sem ruído, sem fé, sem um filé
sem colher, vai fundo, sem sobra,
sem obra, no mundo um qualquer,
é José que sem amém se desdobra.
Se recobra, moribundo, não quer
por o pé numa cova, e manobra
uma dobra em segundo, um sopé;
Vai a pé nesta prova salobra.
E nada cobra do que lhe deve a vida,
é da lida sofrido retirante
sem instante, sem a leve guarida,
sem saída, perdido doravante.
Vai avante não se atreve ficar
nem chorar, o destemido gigante.
Josérobertopalácio