Nas mãos do meu oleiro.
Era eu um vaso quebrado.
Cheio de tantas fissuras...
A vida não me tinha poupado
Das mágoas e amarguras.
Um dia, eis que me vê o oleiro.
E da sua arte me faz sua.
Moldou-me com seu amor verdadeiro.
Transformou o vaso em escultura.
Pincelou com tintas salgadas
De lágrimas que dissolveram o barro antigo.
Jamais fui tocada por mãos tão sagradas.
E do oleiro me fiz obra reconstruída
Almejei aprender a moldar assim.
Dando também vida a uma peça partida.
Borboleta Raquel (in eterna aprendiz)