VELHA PUTA

Ah, quantas vezes minhas pernas abri,

quantos homens em minha cama deitaram

quantos deles nem mesmo a cara eu vi

só sei que me vendia e me pagaram.

Quantos ruges e batons me pintaram

velhos ossos do ofício eu vivi.

Quantos fingiram que me amaram

hoje me vêem e, "não tão nem aí".

Pra eles eu já não valho nada

com minha velha cara enrugada

e meus seios moles e caídos.

A mão que me afagou já nem me acena.

O esmoler, hoje, não me apequena

e meus dias são bem menos sofridos.

Josérobertopalácio

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 01/04/2022
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