VELHA PUTA
Ah, quantas vezes minhas pernas abri,
quantos homens em minha cama deitaram
quantos deles nem mesmo a cara eu vi
só sei que me vendia e me pagaram.
Quantos ruges e batons me pintaram
velhos ossos do ofício eu vivi.
Quantos fingiram que me amaram
hoje me vêem e, "não tão nem aí".
Pra eles eu já não valho nada
com minha velha cara enrugada
e meus seios moles e caídos.
A mão que me afagou já nem me acena.
O esmoler, hoje, não me apequena
e meus dias são bem menos sofridos.
Josérobertopalácio