O ESPELHO
Perdidos na amargura de retalhos,
sorrisos se acumulam nas entranhas
do coração repleto de montanhas,
de restos reservados aos borralhos.
Escorre nas feições um tanto estranhas
o rastro de plangor que estende atalhos
para os jardins e logo os tons grisalhos
navegam pelo tempo das façanhas.
Abertos os portais da completude,
permite o sonhador que se desnude
a imagem lacerada pelos dias.
Segura um caco, enfim, vence a distância
um homem fascinado pela infância,
assídua musa em suas fantasias.