ESCUDOS
O gosto no caminho é de amargura
e, lacerante, pousa a névoa fria
no orvalho dos semblantes, quando a cura
habita o sonho, enfrenta a covardia.
Um facho quase morto que assegura
o rumo para a grande travessia
cintila nas entranhas da negrura
trazida pela grave pandemia.
O brilho desse intrépido luzeiro
clareia corações no mundo inteiro,
garante a solidez de um arsenal.
Assim, qualquer centelha de esperança
transforma-se em escudo frente à lança
do algoz, que desvanece no final.