SONETO DE REGÊNCIA

No império, infante hino de ventura

Manás, com os regalos de regente

Emudece feito açoite do insurgente

Fidalgo pão e circo com fartura

Mãos do herói, teias que a pátria unge

Qual lorde no palácio em redil d’ouro

Líderes, fartos de parvos pelouros

Alheio a turba, do sufrágio surge

Infame e vil, transmigra o meu futuro

E do fragor na voz, um sonho puro

Canção que a alma em sangue aduz

Avis-rara, que n’adaga o véu desfez

Nas carnes do esquartejo se deduz

De alienado Rei, eu sou a Rês

Edson Depieri

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Edson Depieri
Enviado por Edson Depieri em 31/03/2022
Reeditado em 01/04/2022
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