LICOR E VENENO...
Te ouvindo de longe, na minha surdez,
Nesse momento que chamo de lucidez,
Que só me entende quem sabe do amor,
Que sua essência na ausência é a dor.
E meu peito reclamando com estupidez,
Pois soube o teu gosto apenas uma vez,
Por isso meu coração se desfez do rancor,
Transformando o teu beijo em seu licor.
E por causa dessa única e eterna degustação,
Que deixou minha mente presa em tuas mãos,
Ainda chama o sabor do veneno de “tão bom”.
É! Essa loucura de falar-te em plena solidão,
E tendo-te em segredo, e a mim como são,
Mesmo sem mais te roubar no beijo o batom.