Meu Adultério
Sem mente, madrugada, acordo ali!
Soluçando da cama à beira, tanto,
Estava uma mulher, cheia de pranto,
Dizendo coisas que sequer ouvi.
Estava debrucada e não a vi.
Eu lhe perguntei tão cheio de espanto,
Qual o motivo do seu triste canto
E o que estava eu a fazer ali.
Ela, porém, naquele tão sufoco,
Nada disse! Depois pouco a pouco,
Virou a mim seu olhar.Meu semblante
Contraiu-se. Então ela me disse:
"- Em tua vida sou mais u'a tolice;
Eu sou a tua desonrada amante".