Meu Adultério

Sem mente, madrugada, acordo ali!

Soluçando da cama à beira, tanto,

Estava uma mulher, cheia de pranto,

Dizendo coisas que sequer ouvi.

Estava debrucada e não a vi.

Eu lhe perguntei tão cheio de espanto,

Qual o motivo do seu triste canto

E o que estava eu a fazer ali.

Ela, porém, naquele tão sufoco,

Nada disse! Depois pouco a pouco,

Virou a mim seu olhar.Meu semblante

Contraiu-se. Então ela me disse:

"- Em tua vida sou mais u'a tolice;

Eu sou a tua desonrada amante".

Rogério Freitas
Enviado por Rogério Freitas em 27/03/2022
Código do texto: T7481825
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