Velha Canção

Minha canção procura por tua voz

Pelas vetustas sacadas e umbrais

Do velho casario dos ancestrais

No doce palrear de teus avós

Colhe no vento antigas cantilenas

Que adormecem palácio e tugúrio

Busca encontrá-la no leve murmúrio

Que se desprende ao fim das vãs novenas

Ela atravessa noites sem luar

Bendiz as flores que hão de germinar

Em subsolos e jardins suspensos

E há de buscar por teu gentil falar

Quando no mundo nada mais restar

Além de trevas, cinzas e silêncio.

( Alberto Carvalho )