Solidão

É a solidão uma admissão aberta,

uma afunilada e protegida porta,

atender-me-á em ocasião incerta,

inda que eu chegue de antigas rotas.

Já no negrume e irrigado ventre

escutava-me o latejar do coração!

Portanto, do desabrigo presente,

atiro-me nos abraços da solidão.

Com ela percorro por diversas vias,

ando ao extenso da mediocridade,

deveras segura, procurando a poesia!

Ah! Solidão que manipula e arde...

É um escrito em branco, bilhete vazio

sobre a bancada, a aguardar na tarde.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 26/03/2022
Código do texto: T7481543
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