Solidão
É a solidão uma admissão aberta,
uma afunilada e protegida porta,
atender-me-á em ocasião incerta,
inda que eu chegue de antigas rotas.
Já no negrume e irrigado ventre
escutava-me o latejar do coração!
Portanto, do desabrigo presente,
atiro-me nos abraços da solidão.
Com ela percorro por diversas vias,
ando ao extenso da mediocridade,
deveras segura, procurando a poesia!
Ah! Solidão que manipula e arde...
É um escrito em branco, bilhete vazio
sobre a bancada, a aguardar na tarde.