Instante
Em pouco tempo serei pó… mas não agora
Pó de constelações que logo me dão asas
Arrebatamento da alma, do breu à aurora
E larga-me os olhos dessa forma em brasas.
Em alguns instantes, ó vivência minha…
Guiada pela brisa leve qual pena tu serás
Mas ainda hoje garganteia feliz, se aninha
Declarado que a morte teu cântico ceifará.
Caminha na vastidão do céu, sob sereno mar
Admirando os crisântemos de seu jardim
Não te retenhas a nada vindo desse pomar.
Conceda a delicadeza mansa de um querubim
Em frios berços encobertos não vás pousar
Acautelado e preeminete na prévia de seu fim.