Imensidade
Derivo minh’alma de ti, desperto
neste anoitecer enigmático e frio
solo árido, estéril, infeliz deserto
carcará delonga, na rapina, o cio.
Apagada, fútil, na firmeza da morte
na escuridão da noite, sem calor,
tão cética e tão inerte, sem sorte
a carícia no céu da boca, indolor.
Só, jogada sobre o mármore frio
íris sombria, a borrada imagem tua
vê a imensidade do ambiente vazio.
Desprendida dos véus, as vontades
e fantasia abjeta, sobre a epígrafe nua
vês gozação… meio a tuas inverdades.