Imensidade

Derivo minh’alma de ti, desperto

neste anoitecer enigmático e frio

solo árido, estéril, infeliz deserto

carcará delonga, na rapina, o cio.

Apagada, fútil, na firmeza da morte

na escuridão da noite, sem calor,

tão cética e tão inerte, sem sorte

a carícia no céu da boca, indolor.

Só, jogada sobre o mármore frio

íris sombria, a borrada imagem tua

vê a imensidade do ambiente vazio.

Desprendida dos véus, as vontades

e fantasia abjeta, sobre a epígrafe nua

vês gozação… meio a tuas inverdades.

Samira Vilaça Araújo
Enviado por Samira Vilaça Araújo em 23/03/2022
Código do texto: T7479371
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2022. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.