NO DIA EM QUE USEI UM CHAPÉU DE COURO
No dia em que usei um chapéu de couro
Senti-me qual vaqueiro nordestino,
Guiando, no cavalo do destino,
Rebanho de poemas, como estouro.
No dia em que usei um chapéu de couro
Despertou dentro em mim meu ser menino,
Brincando co'as palavras, sol a pino,
Sem temer tempo presente ou vindouro.
Pois no dia que usei um chapéu de couro
Senti-me um repentista como Louro,
Qual fosse um Zé da Luz em minha vida!
E foi co'esse chapéu de poesia
Que também ingressei na Academia
De Cordel do Vale do Paraíba!
— Antonio Costta