Quando a dor é tudo que há de real

Não gosto de vírgulas, alveja-me com tiro fatal

Acerte-me em cheio sem misericórdia ou pena

Esqueça-me, esqueça qualquer dano colateral

Faça-me sangrar porque esta é a última cena

Renda-se ao teu animalesco instinto natural

Golpeia-me com tua blasfêmia mais obscena

Vou olhar em teus olhos sentindo teu punhal

Beijarei teus lábios enquanto caio nesta arena

Arranque de minha face os olhos deste engano

Elegi-te unanimemente o meu senhor e tirano

Declare-me culpado de qualquer guilhotina

Não, não recue achando-me qualquer insano

Nada demais ser louco num mundo leviano

Quero inalar a fumaça com a tua nicotina