MINHAS ÁGUAS
Sinto falta das tuas mãos audaciosas
A traçar caminhos por meus becos.
Eram firmes, quentes, tendenciosas,
ao por fogo nos meus sonhos lúdicos...
São memórias que trago na pele
quando me arde o corpo à noite,
e a um mundo lascivo me impele
a tocar-me, silenciosa, em deleite!
Posto que ainda sinto o teu odor,
teu gosto na ponta da língua
quando te provava o sumo, o licor...
Hoje, nada sei dos teus caminhos.
Eu sigo só, tristonha e à míngua,
bebendo das águas dos meus moinhos!