MINHAS ÁGUAS

 

 

Sinto falta das tuas mãos audaciosas

A traçar caminhos por meus becos.

Eram firmes, quentes, tendenciosas,

ao por fogo nos meus sonhos lúdicos...

 

São memórias que trago na pele

quando me arde o corpo à noite,

e a um mundo lascivo me impele

a tocar-me, silenciosa, em deleite!

 

Posto que ainda sinto o teu odor,

teu gosto na ponta da língua

quando te provava o sumo, o licor...

 

Hoje, nada sei dos teus caminhos.

Eu sigo só, tristonha e à míngua,

bebendo das águas dos meus moinhos!

Elisa Salles
Enviado por Elisa Salles em 21/03/2022
Código do texto: T7477859
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