DOR SUPREMA

Cai a noite, é outono, o cerrado chuvoso, prosa

o amplo e deserto céu, místico e tão sombrio

uma saudade rameira de angústia tenebrosa

geme, ladeia, se fazendo de um silente vazio

É noite. Chove. A sensação se vê preguiçosa

que só tortura... a recordação provoca arrepio

porque sofre na poética do bardo calamitosa

que só tem nas sombras de um nublado estio

E a noite adentra, e as saudades, uma a uma

pesam na solidão, e assim, a tristura exuma

acordando no sentimento o aperto que aflora

Ah! Eu quisera, planear a felicidade no poema

dum dito amor, um amor, não a dor suprema...

Chove lá fora! Cá dentro a minha alma chora!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

20 março, 2022, 17’52” – Araguari, MG

Vídeo poético no Canal do YouTube:

https://youtu.be/USf9Z508sDk

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 21/03/2022
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