Um dia já fui poeta
Um dia, juro, já fui poeta, hoje eu canto triste
Perdi a beleza da rima chorando no fim do verso
Em poesias incompletas com palavras esquecidas
Que não diziam mais nada no tempo estavam perdidas
Não encontro uma poesia, mesmo em noites estreladas
Nem quando uma se solta e vai correndo para o infinito
Só os olhos se inspiram... as lágrimas se fazem em versos
E no cálido silêncio da noite a alma declama aos gritos
Mas não são poesias... são orações em forma de pranto
As vezes são murmúrios, gemidos que se fazem acordes
Em desencontrada sinfonia tentando imitar um canto
Minhas poesias ficaram soltas, voando perdidas por aí...
Em tristes volteios, quem sabe... volteando o vento...
Ou talvez apenas querendo brincar de ir com o tempo