O peão move-se para qual lado?
Não jogo o jogo ainda sim saio derrotado
Palavras tão inábeis quanto és tuas ações
Queima todas largadas sempre por frações
Passado não passado a limpo, amarrotado
Olha em teu espelho um retrato desbotado
Perde o rumo em meio a tantas abstrações
Ainda lhe restam quantos mais corações?
Tens algum quarto escuro e já está lotado
Não quero, não desejo a matilha dos iguais
Envelheço e percebo sou parte dos demais
Minha humildade transmuta em arrogância
Existencialismos toscos com crises pontuais
Salas cheias de vazio com livros intelectuais
Atestam o breu de minha imensa ignorância